Vaginite: Tudo o que você precisa saber!

Vaginite: Tudo o que você precisa saber!

A vagina é uma área do corpo feminino delicada e sensível, que requer cuidados especiais e atenção. Quando esse órgão não se encontra em pleno funcionamento, afeta diretamente o bem-estar da mulher.

Então, quando a vagina dá sinais de que não está bem, é melhor levar a sério e consultar um médico, mesmo que você acredite que o incômodo não seja nada de mais. A vaginite, por exemplo, se apresenta como uma leve irritação mas, se não for cuidada, gera sérias consequências.

O que é vaginite e quais são os principais sintomas?

É uma inflamação nos tecidos de revestimento da vagina, que gera a produção de secreção e o seguintes sintomas:

  • Aspecto avermelhado e inchado;
  • Dor e prurido;
  • Alteração na cor, odor ou quantidade de secreção vaginal;
  • Irritação;
  • Ardência ao urinar;
  • Manchas vaginais ou sangramento;
  • Incômodo intenso durante as relações sexuais.

Principais causas da vaginite

Por ser uma área sensível, diversos fatores podem causar a vaginite:

  • Infecções;
  • Estresse;
  • Alergias a: medicamentos, preservativos e diafragmas, cosméticos, calcinhas, papel higiênico, amaciantes de roupa e absorventes íntimos;
  • Roupas apertadas, que retém a transpiração;
  • Ducha de forte jato na vagina;
  • Objetos eróticos;
  • Lesão física na área da vagina;
  • Falta de higiene.

Acompanho algumas  pacientes com quadro importante dessa doença seja por alergia ao absorvente, perda de urina ou mesmo por manipular a região por ansiedade crônica. É importante tratar vaginite em todos os casos para não cronificar a lesão e não transformar em vulvodínia, que é um quadro de dor crônica local com grande impacto na qualidade de vida.

Quais os tipos de vaginite?

Vaginite atrófica

Existe, ainda, a vaginite causada por alterações da pele vaginal (que a deixam ainda mais fina e sensível) advindas da menopausa, gravidez e do tratamento com quimioterapia ou radioterapia: a vaginite atrófica.

Na minha experiência, quando a vaginite está associada a atrofia da vulva vale a pena tratar a doença e depois pensar em fazer sessões de laser para melhorar a qualidade da barreira local e evitar as recidivas que são frequentes. Ele ajuda muito a melhorar a coceira também, o que é ótimo para as pacientes!

Esse tipo da doença produz um corrimento amarelado e de forte odor, coceira, dores nos lábios vulvares durante as relações sexuais, infecção urinária, urgência urinária e secura na região íntima.

Vaginite por cândida

A candidíase ou vaginite por cândida (tipo de fungo) é muito comum em mulheres grávidas, diabéticas ou com sistema imunológico enfraquecido. Ela não é sexualmente transmitida. A candidíase aparece quando esse fungo se desloca para a vagina, e elas são mais prováveis de ocorrer antes de períodos menstruais.

Essa vaginite produz um corrimento vaginal branco, espesso e sem odor. Porém, pode ocasionar coceiras e vermelhidão na vagina e na vulva. E como tratar vaginite por cândida? O tratamento é feito por meio de medicamentos antifúngicos (antimicóticos), como cremes, comprimidos e supositórios vaginais.

Uma curiosidade: alguns óleos presentes em cremes que tratam a candidíase enfraquecem os preservativos à base de látex, motivo pelo qual não se pode confiar neles para controle de natalidade nestas ocasiões.

Vaginite não-infecciosa (Vaginite inflamatória)

A vaginite inflamatória ou não-infecciosa é causada por irritações (spray, gel, espermicidas) ou reação alérgica. Apesar de não ter nenhuma infecção na vagina, ela pode provocar coceira, queimação ou corrimento vaginal. Seu tratamento é simples: basta interromper o uso do produto que causou a irritação ou reação alérgica. O ginecologista pode receitar algum medicamento que reduza os sintomas.

Vaginite bacteriana

A vaginite causada por bactérias aparece comumente em mulheres em idade reprodutiva e é causada pelo desequilíbrio bacteriano da vagina (supercrescimento).

Em alguns casos, não há sintomas, e ela é descoberta no exame de rotina. Em outros, a mulher pode perceber coceiras, corrimento vaginal leitoso e fino com odor de peixe.

Mulheres que possuem vários parceiros sexuais, que têm uma doença sexualmente transmissível ou que usem dispositivos intrauterinos estão mais sujeitas a ter essa doença.

E como tratar vaginite bacteriana? Por meio de antibióticos, como metronidazol (via oral) ou clindamicina (creme). Para este tipo de tratamento, aplica-se a mesma curiosidade acerca dos preservativos.

Tricomoníase

Tricomoníase ou vaginite por Trichomonas é uma infecção decorrente do protozoário trichomonas vaginalis, que quase sempre são sexualmente transmissíveis. As mulheres podem contrair a doença por contato sexual com homens ou mulheres. Os protozoários podem permanecer no corpo das mulheres por um longo período de tempo sem qualquer sintoma, sendo difícil determinar quando se adquiriu a infecção.

Os sintomas comuns da tricomoníase são o corrimento vaginal esverdeado/amarelado, que pode ser abundante, espumoso e ter odor de peixe. Além disso, pode apresentar coceira, vermelhidão e sensibilidade na vagina. Por isso, a relação sexual pode ser dolorida, bem como a micção, caso a bexiga seja infectada.

Para tratar vaginite por Trichomonas, os ginecologistas costumam receitar uma única dose de metronidazol ou tinidazol (antibiótico), e os parceiros sexuais devem ser tratados juntamente. Tome cuidado para não ingerir álcool após 72 horas da ingestão do antibiótico, pois pode causar vômitos, náuseas, cólicas, cefaleias e rubor.

Como prevenir a vaginite

Apesar das diversas causas, você pode tomar alguns cuidados para evitar essa inflamação:

  • Usar papel higiênico branco e neutro;
  • Evitar o uso de calças apertadas e calcinhas sintéticas, principalmente no verão;
  • Dormir sem calcinha;
  • Evitar o uso de absorventes por muito tempo (realizar a troca frequentemente);
  • Realizar a higienização da área sem duchas fortes;
  • Utilizar sabonete íntimo e água morna diariamente (no máximo duas vezes por dia, para não causar ressecamento);
  • Trocar as roupas íntimas todos os dias;
  • Utilizar antibiótico apenas sob recomendação médica;
  • Não ter relações íntimas desprotegidas.

Tratamentos disponíveis para a vaginite

Como a vaginite pode ser causada por diferentes tipos de microorganismos, como fungos, protozoários e bactérias, como explicamos ao longo do texto, é indispensável consultar um médico para realizar os exames, o diagnóstico certo e o tratamento mais adequado para o seu caso.

Os tratamentos mais comuns são:

  • Medicamentos orais;
  • Cremes e supositórios vaginais;
  • Estrogênio em forma de cremes vaginais, comprimidos ou anéis;
  • Identificação do motivo da alergia e suspensão do uso do objeto em questão;
  • Tratamentos caseiros como: banhos de banheira com vinagre de maçã (que regula o pH ácido da flora vaginal) e o consumo diário de pedaços de alho (esse alimento ajuda a controlar infecções bacterianas e possui características similares a alguns medicamentos indicados nesses casos).

A vaginite é uma inflamação na vagina que pode ter causas diversas. Os tratamentos, porém, guardam uma relação de proximidade, já que envolve medicamentos orais, cremes e outras práticas médicas.

Essas inflamações, em qualquer tipo que se apresenta, pode causar alguns desconfortos na mulher, como coceiras, vermelhidão e secura na vagina. Por falar nisso, a falta de lubrificação vaginal causa diversos transtornos na vida da mulher. Saiba neste artigo mais informações sobre esse assunto e como evitá-la.

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Dra. Alice Jaruche Nunes

About Dra. Alice Jaruche Nunes

A dermatologista Alice Jaruche Nunes atua na Clínica Alice Jaruche Dermatologia, em São Paulo, SP. Seu contato é (11) 3090-4092 ou pelo site www.alicejaruche.com.br. Sua formação inclui: - Formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP); - Residência médica em Dermatologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP); - Possui título de Especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia; - Pós-Graduação em Cirurgia Dermatológica pelo - Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

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